terça-feira, 23 de agosto de 2011

Aquela que vem com a manhã

               Ela vem, calma e suavemente, meio provocante, quase sem querer. Talvez seja uma miragem ou, se não for isso, ela realmente veio do céu assim como a manhã.Se já não bastasse as sua presença e sua imagem, Ela, sem querer, toma sua atenção como alguém sedento toma água. Pode parecer estranho mas você não vê outra coisa; se chove você não percebe e isto são instantes, raros e indescritíveis. Não está frio e nem está quente, mas você está arrepiado, tremendo e suando, seria como se seu corpo confundisse as temperaturas e nesse abalo, nessa confusão, seu organismo entrasse em conflito, e então mil e uma hipóteses, sobre Ela, vêm à sua mente e de repente o sangue sobe à cabeça e há sensação de milhares de formigas andarem sobre ela e aí você se pergunta:"Sim ou não?" Então arrisca, com medo, mas arrisca, pois o "não" você já tem e precisa ir em busca do "sim".
               Será possível e verdade? Sim, sim! Você está apaixonado, e não tem o que a tire de seus pensamentos, e você muda, o mundo muda. Depois tu se pergunta: "Estes instantes valeram à pena?". Se pergunta pois perdeu 30 segundos de sua vida para investir em um olhar que você não se arrepende, por mais irônico que seja, tu não perdeste 30 segundos por que ficou feliz neles e você gostaria de revivê-los todos os dias de sua vida.
               Depois desses 30 segundos, pense nessa sensação, que dura madrugadas e depois semanas. Se Ela é "aquela que vem com a manhã" tão complexa quanto a manhã, a tarde e a noite é por que na verdade Ela não é tão complexa assim, mas Ela toma sua atenção e concentração a ponto de fazê-lo sentir-se nas nuvens, e por não poder estar concentrado e atento, talvez, você realmente esteja lá.

Simples Assim

O que acontece? Que faz o mundo perceber que não há mais de uma chance e o mundo ignora?!
O que há? A vida, às vezes joga contra.
Será possível? Que um dia me encontrarei?
Então eu penso, que quanto mais eu penso, mais percebo que em vão pensei.
Pensando em que? Nem mesmo sei, e o que sei nunca é suficiente.
Agora paro, e presto atenção, em uma voz, a voz do silêncio que mesmo sendo abstida de melodia e timbre, completa, preenche o que está vazio. No entanto vejo o brilho de uma escuridão, a penumbra de uma luz e a falta de moral de quem é ético.
Então uma luz se apaga, mas há certeza de que voltará amanhã.
Paro! Presto atenção! E me vejo rodando, num horizonte sem fim, mas é tarde e o Sol morre na contra-mão para dar vida à Lua que nasce na imensidão negra de uma luz que volverá no amanhã, assim como a Fênix que ressurge das cinzas ou como quem acorda e batalha para acordar novamente e dá vida à um novo ciclo que não tem início, não tem fim, apenas uma metamorfose.